terça-feira, 17 de maio de 2011

Quem sabe onde nos leva isso tudo?

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Não saber para não contar o que não se pode saber. O segredo é um fingimento escondido no canto do mundo.
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O mar abriu-se diante mim em uma água fria. Como em um livro aberto, uma superfície imensa de luz sob o sol embala as minhas pálpebras embriagadas de sono. Há uma brisa estranha. O ar parou no tempo. Tenho alguma consciência. Estou imóvel com os pés que nem vejo na areia. A água me toma o tronco. A cabeça  flutua na paisagem. Água por todos os lados. O corpo esqueceu-se de si. Flutuo. O mar emudeceu. Silêncio.  O mundo parou. Os ouvidos fecham-se em seus caixões. Flutuo. Mais uma vez. É frio. É frio. É frio o abismo no ventre do mundo. A correnteza me leva. Não há resistências. Não há por que resistir.  O corpo gelado. O céu até as bordas da vista. A profundidade de não tocar o chão. O chão está perdido para a pele. Um edifício inteiro foi inundado.  Também  ele não pode ser tocado. Não pode. Tudo isso acontece. Tudo isso. Mas porque ainda estou aqui? Porque ainda tenho os pés fincados na areia? Porque não posso contar? Porque estou sozinha diante do mar? Nada muda. O ar corre em silêncio e sem cor. Não há sonho quando se está acordada. E a verdade? A cabeça arqueia para trás de si. É lá. É aqui atrás que as imagens estão. 

terça-feira, 10 de maio de 2011

Ninguém ouve o que ainda está por ser dito

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Não se tem aquilo que não se pode possuir


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 A saudade é um homem que vaga sozinho em um lugar desconhecido. Não sabe seu nome nem conhece seu rosto. Quando encontra uma poça de água no deserto ignora o fato de que é possível atravessar o passado. Não sabe do tempo que anda, nem de quem recorda seu corpo.

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O exterior é bem próximo quando pega em minha mão

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 Sabe o pássaro a cor da pena que tem?

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Tenho fome de uma coisa que não existe

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O futuro é bem próximo daqui